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A derrocada de um gigante

O mundo assiste perplexo ao processo de declínio da estatal brasileira, símbolo do orgulho nacional por tantos e tantos anos, vítima da corrupção. E o resultado de tudo isso vai muito além das questões reputacionais ou do buraco financeiro: seis mortos e dez feridos.

A recente explosão em um navio da Petrobrás, no Espírito Santo, acirra um debate antigo, que se revelou mais atual do que nunca: quanto uma crise no boarding de uma companhia pode afetar sua cultura de segurança? A resposta foi dada no último dia 11 de fevereiro, vivenciada na pele pelas seis vítimas fatais e mais de dez feridos retirados da embarcação, entre elas um Técnico de Segurança.

Não se sabe ainda toda a extensão do que já é chamado de “o maior caso de corrupção da história desse País”. As investigações prosseguem, bem como as descobertas dos rombos financeiros na estatal e também as buscas por outros desaparecidos na explosão. Olhos do mundo todo estão voltados aos sucessivos escândalos na Petrobrás e o triste saldo de tudo isso está revelado nesse grupo de vítimas do acidente.

Em crises como essa, a primeira a afundar é a cultura interna de segurança. Fica para todos – funcionários, acionistas, fornecedores, investidores e toda a sociedade – uma imensa sensação de inconformismo diante do estágio atingido por uma potência como a Petrobrás, mundialmente reconhecida pela excelência tecnológica. Fica para essas seis famílias, que perderam seus entes queridos, um grande vazio.

A explosão é mais um sintoma do descontrole na estatal, da crise no boarding da companhia. E não foi só essa. Em janeiro desse ano, uma explosão na Refinaria de Landulpho Alves deixou três feridos, um em estado grave. Estrago reputacional, econômico, financeiro e – o que é pior – na vida de todas as famílias das vítimas fatais. Marcas irreparáveis por todos os lados.

A grande questão agora para a Petrobrás é retomar as rédeas da situação, já que milhares de outros trabalhadores estão com sua vida e segurança sob a ameaça dessa crise. Somente o compromisso da alta liderança poderá controlar os dias que virão, retomando a gestão dos riscos e reconduzindo as atenções internas para aquilo que realmente interessa a todos em conjunto – e a cada um individualmente – a preservação da vida.

Será preciso investigar a fundo o acidente, debruçar sobre o tema, compartilhar suas lições. Será preciso resgatar os valores que realmente importam, reassumir essa direção com o exemplo das lideranças, treinamento duro, fiscalização pesada e compromisso de todos com a saúde, a segurança e o bem-estar dos colaboradores da estatal. Será preciso reconquistar a confiança da equipe interna, voltar aos trilhos de sua cultura de segurança. Para isso, somente uma boa dosagem de paciência, exemplo, dedicação, incentivo e disciplina. Liderança por Segurança na Petrobrás.

 

Fontes de pesquisa:

http://economia.estadao.com.br/noticias/geral,corpo-de-mais-uma-vitima-de-acidente-com-navio-da-petrobras-e-encontrado,1635701
http://www.comunicacaoecrise.com/new/index.php?option=com_content&view=article&id=729:crise-da-petrobras-corroi-reputacao-de-60-anos&catid=35:blog&Itemid=54

 

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